13-Jornada Espiritual - 21 Dias na Presença de Deus
13º. dia – A prática da Palavra de Deus
Leia Tiago 1: 19-27
Ore com 2Coríntios 4, 16-18 e glorifique a Deus porque suas tribulações são passageiras.
Reflexão
Tiago 1:19-27
Ouvindo e Praticando a Palavra
A carta de Tiago é muito prática. O apóstolo não vê o cristianismo como mera contemplação, mas na ação firmada naquilo que a Palavra de Deus afirma. Nesta parte Tiago começa com uma afirmação importantíssima: “Meus irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus.” (v.19,20).
Um dos grandes desafios da igreja é vivenciar a unidade de forma concreta. É possível que Tiago estivesse observando alguns pontos de contenda entre os irmãos, fruto do egoísmo de estar sempre em evidência. Geralmente somos nós mesmos os maiores culpados por alguns problemas que ocorrem na igreja. E por quê? Porque não sabemos ouvir as pessoas. Ouvir é tão importante quanto falar.
Em Provérbios 19:11 podemos ler o seguinte: “A sabedoria do homem lhe dá paciência.”. E em Provérbios 14:29 temos a seguinte afirmação: “O homem paciente dá provas de grande entendimento.”. Se você quer aprender a ser paciente, o segredo é ter entendimento.
A Bíblia diz que a chave da paciência é o entendimento. Quando mais sabedoria, mais entendimento você tem. Quanto mais entendimento você tenha das pessoas, mais paciência você terá com elas. Se você não procura entender as pessoas, não terá paciência com elas. Se você não entende as pessoas, não haverá relacionamento, porque relacionamentos são baseados em entendimento. Este é um ponto fundamental. Sem entendimento não há relacionamento. Entendimento é o alicerce para relacionamentos.
Como eu posso me tornar melhor entendedor das pessoas em minha vida? Ouvindo as pessoas que estão ao meu redor. E não apenas por escutá-las, mas por ouvi-las. Em Provérbios 18:13 podemos ler: “Quem responde antes de ouvir mostra que é tolo e passa vergonha”. Isto é bem claro! Não avalie o que as pessoas fazem ou o que você ouve até ouvir tudo. Deus nos deu dois ouvidos e uma boca – o que significa que você deve ouvir duas vezes mais do que falar. Por isso Tiago adverte: “Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se”. O texto literalmente diz que o homem deve ser rápido em ouvir, que vem do grego tachys (tacuV), ou seja rápido, depressa, ligeiro; e lento em falar e irar-se, que no grego é a palavra bradys (braduV), ou seja, lento, demorado.
Existe uma rã grande que emite som de grunhido. Esta rã tem um músculo que manda uma vibração para o cérebro que cancela o som do seu forte coaxar. Quando a rã emite o som forte, ela não se ouve. As duas vibrações cancelam uma a outra. Ela não ouve o potente som que faz. Cada vez que ela coaxa, seu cérebro cancela o som para ela. Aqui está o princípio: É difícil ouvir com a boca aberta!
Um jovem chegou para Sócrates pediu para que ele o ensinasse a ser um orador. O jovem falava sem parar, incessantemente. Sócrates então coloca a mão tapando a boca do rapaz e diz: “Eu vou ter de cobrar de você dobrado, porque vou precisar ensinar duas ciências a você. Primeiro, a ciência de segurar sua língua e segundo, a ciência de usá-la corretamente”.
O que podemos aprender? Que a nós mesmos criamos mal entendidos, e desta forma necessitamos urgentemente colocar em prática o princípio bíblico.
Tiago está advertindo que a ira descontrolada, as palavras ásperas , nocivas e irrecuperáveis são prejudiciais e não promovem a justiça de Deus. Justiça aqui não está apontando ao caráter de Deus e sim ao modo de vida, em atos e pensamentos que Ele solicita de nós. Podemos ver este conceito muitas vezes em Paulo. Por exemplo, Filipenses 3:9 diz: “e ser encontrado nele, não tendo minha própria justiça que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé.”. Em Efésios 4:24 também podemos ler: “a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.”. A ira não faz com que as pessoas sejam melhores e passem a viver segundo o propósito divino. O amor, este sim, é capaz de transformar vidas e levá-las a viver de modo digno do evangelho.
No verso 21 Tiago mais uma vez adverte os cristãos: “Portanto, livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevalece, e aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.”. Como cristãos a nossa vida deve falar mais que o nosso discurso. Não podemos ser praticantes da Palavra vivendo um estilo de vida corrompido. Neste versículo podemos encontrar alguns vocábulos que apontam para esta idéia. Tiago diz, “livrem-se”, em que no grego aparece como apothemenoi (apoqemenoi) e que significa “pôr para fora, despojar-se”, uma metáfora que indica o ato de tirar roupas. O cristão deve se livrar de tudo aquilo que impede o crescimento espiritual e uma vida mais comprometida.
Por isso Tiago traz a afirmação: “livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevalece”. Impureza aqui vem do grego ryparia (ruparia), e significa “sujeira, imundícia”. A palavra era usada para descrever roupas sujas, bem como uma conduta moral impura e vulgar. E maldade vem do grego kakia (kakia), e significa mal, maldade, malícia. Esta palavra também pode ser traduzida como “iniqüidade”. Desta forma, impureza e maldade representam uma postura indigna para aquele que se chama cristão.
A atitude correta é aceitar “humildemente a palavra implantada”, ou seja, acolher os preceitos divinos, vivendo por eles. O vocábulo emphytos (emjutoV), e indica que o evangelho de Cristo passa a dominar o nosso ser por inteiro, formando em nós uma nova perspectiva de vida. Esta palavra implantada nos leva a desfrutar da obra da salvação em toda sua plenitude.
A prática sempre está ligada ao ouvir bem, caso contrário, as nossas ações ficam comprometidas. Por isso no verso 22 Tiago traz a seguinte afirmação: “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos.”. Champlin ao comentar este versículo disse: “A igreja cristã conta com muitos teístas teóricos que, na realidade, são ateus práticos. Esses são os que ouvem a Palavra, mas não põe em prática aquilo que ouvem; aprovam sermões e lições, a leitura bíblica e as orações, mas agem com base em motivos egoístas, não estando verdadeiramente motivados a viver segundo os moldes da dimensão eterna.” . Isso nos mostra que freqüentar a igreja apenas não é suficiente. Deus não está preocupado com nossa religiosidade e sim com nossa praticidade. O ativismo não impressiona a Deus e sim um coração contrito e pronto a obedecê-lO. O tempo presente neste versículo indica ação contínua, solicitando um hábito de vida.
Podemos encontrar em todo o Novo Testamento a orientação de sermos mais que ouvintes. Jesus disse: “... Antes, felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e lhe obedecem.” (Lucas 11:28). Paulo escrevendo aos romanos disse: “Porque não são os que ouvem a Lei que são justos aos olhos de Deus; mas os que obedecem à Lei, estes são declarados justos.” (Rm. 2:13). A Palavra que nos gerou, dando uma nova vida (v.18), e que foi implantada em nós (v.21), é a Palavra que deve ser colocada em prática.
Dos versos 23 a 25 Tiago tenta demonstrar o contraste entre o que ouve e pratica a Palavra e aquele que é apenas um ouvinte sem fortes convicções. Aquele que é apenas ouvinte é comparado “...a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência.” (v.23,24). Já aquele que ouve e pratica é como “o homem que observa atentamente a lei perfeita, que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer.” (v.25). Podemos ver aqui um contraste claro entre o “esquecer” do verso 24 e o “perseverar” do verso 25. E o que diferencia o ouvinte do praticante? A obediência. Jesus no sermão da montanha faz a distinção entre o sábio e o insensato, ou seja, aquele que vive e o que não vive na prática da sua palavra (Mt. 7:24-27).
É interessante notar que aquele que pratica vive na lei da liberdade e que é perfeita. Mas que lei é esta? Paulo escrevendo às igrejas da Galácia, disse: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão... Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; ao contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor.” (Gl. 5:1,13). A lei da liberdade é a lei do Espírito, em que somos dirigidos por Ele de forma a cumprimos a vontade de Deus em nossa vida.
E o que ocorre quando colocamos em prática a Palavra de Deus? Nós conseguimos vislumbrar a verdadeira dimensão do cristianismo. Nos versos 26 e 27 Tiago fala da verdadeira religião. A palavra grega thrêskos (qrhskoV) significa “pio, religioso, aquele que observa cuidadosamente a ação religiosa”.
A palavra denota alguém que permanece no temor dos deuses. Devemos entender que Tiago não está falando aqui de uma religião específica, pois nenhuma religião pode aproximar o homem de Deus . A religião aqui se apresenta como uma atitude de culto e reverência a Deus. Nosso sacrifício mais agradável a Deus é uma vida reta diante dEle.
Como Tiago é prático, ele coloca as condições da verdadeira devoção a Deus. É importante entender que ele não está tentando envolver tudo, mas aponta para ações básicas que nos levam a entender a verdadeira adoração a Deus.
• Dominar a língua: No verso 26 ele fala que aquele que não refreia a língua está enganando a si mesmo e sua religião não tem valor algum. Neste versículo encontramos a palavra grega chalinagôgôn (calinagwgwn), e significa “levar com um freio ou cabresto, refrear”. A idéia é que o homem tem que colocar um freio em sua própria boca, não em outra pessoa. Se um cristão não consegue refrear sua língua, então toda e qualquer atitude de devoção sua nada mais é que um teatro, pois não tem valor (mataios) algum para Deus. No grego, mataios (mataioV), significa “vão, vazio, inútil, improdutivo”.
• Cuidado Social: No verso 27 podemos encontrar esta indicação apontando para os órfãos e viúvas. A palavra grega episkeptesthai (episkeptesqai) significa “olhar, cuidar, visitar, auxiliar”. Geralmente esta palavra era usada indicando a visita aos enfermos. O cuidados aos órfãos e viúvas está prescrito no Antigo Testamento como forma de imitar o próprio cuidado de Deus com estas pessoas (Êx. 22:22; Dt. 10:18; 14:29; 24:17,19-21; 26:12,13; 27:19).
Podemos ler o Salmo 68:5 (ARA) que diz: “Pai dos órfãos e juiz das viúvas é Deus em sua santa morada.”. Em Isaías podemos ver o profeta dizer: “Lavem-se! Limpem-se! Removam suas más obras para longe da minha vista! Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva.” (Is. 1:16,17). Os cristãos que desejam ser reconhecidos como filhos de Deus devem imitar a conduta dEle.
• A Pureza Moral: Tiago fala de “não se deixar corromper pelo mundo” (v.27). Isto significa evitar o modo de vida do mundo com seu sistema de valores corrompido. É necessário acima de tudo um coração puro diante de Deus. Como diz Paulo: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente...” (Rm. 12:2a).
O cristão autêntico é aquele que sabe ouvir, agindo não debaixo da ira humana, tendenciosa e pecaminosa, mas deixando o Espírito produzir a justiça necessária para a transformação interior do homem. Sabe praticar a Palavra, vivendo de forma coerente a ponto de demonstrar em suas atitudes a verdadeira religião.
Texto retirado de meus arquivos “Estudos Bíblicos” Desconheço a autoria
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