12-Jornada Espiritual - 21 Dias na Presença de Deus
12º. dia – A solicitude da vida
Leia Mateus 6:25-34
Ore com I Pedro- 5:6-8 e lance toda a sua ansiedade sobre o Senhor, fale pra Ele tudo o que está te trazendo esta ansiedade..
Reflexão
A solicitude pela vida-
O Mundanismo da Preocupação
Em Mateus 6:25-34, Jesus adverte seus discípulos que a ansiedade por coisas representa tão grande ameaça à devoção a Deus de todo o coração quanto a cobiça (veja Lucas 12:13-31, onde o Senhor de novo associa as duas). Este é um fato com o qual muitos de nós tardamos em tratar. Temos vivido muito comodamente com ataques regulares de histeria por suspeita de alguma futura privação. Aos nossos temores, como efetivamente às nossas paixões, tem sido permitido consumir nossas energias, dominar nossas vidas e furtar nossos corações.
Satanás pouco se interessa se estamos consumidos pela ganância ou obsessos pela preocupação, desde que nossas mentes estejam postas em coisas, em vez de em Deus. As conseqüências de tal mundana ansiedade não são só espiritualmente lamentáveis, elas podem ser fatais .
"Por isso vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber" (Mateus 6:25). Preocupados pelas coisas necessárias a sustentar sua vida presente: alimento,bebida e roupas (6:25,31,34). Sua advertência, tornada mais urgente pela repetição, tem a intenção de alertar-nos contra o perigo real que uma impaciência demasiada sobre as "necessidades da vida" representa para nós.
Que Jesus está primariamente interessado com a escolha entre o mundo e o reino é evidenciado pelo contexto global de sua advertência sobre a preocupação. O pensamento que começa com "Não andeis ansiosos pela vossa vida", no versículo 25, não é completado antes do versículo 33: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino . . ." Esta é a mesma construção "não ... mas . . ." que o Senhor usou em João 6:27, quando insistindo no mesmo ponto:
"Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna . . ." Aqui, como em Mateus, a intenção do grande Mestre não é exigir absoluta abstenção de uma e a exclusiva busca da outra. Ele está simplesmente nos desafiando a decidir o que terá o lugar mais alto em nossos corações: comida, bebida e vestimenta ou a justiça do governo do céu, ou seja, o que perece ou o que permanece. Deus tem que ser sempre o primeiro amor daqueles que escolhem o segundo.
Até aqui, neste sermão, Jesus tem deixado claro que podemos perder a eternidade pela avareza, ou podemos ser privados dela pelo temor ansioso.
Dada a conseqüência de ambos, um desses caminhos parece tão repreensível quanto o outro.
Lições dos Pássaros e das Flores
Em Mateus 6:25, Jesus emite sua advertência sobre uma ansiedade insensata pelas necessidades da vida, o sombrio temor de que Deus possa não prover o que nós, em nossa fraqueza, não podemos prover por nós mesmos.
Ele continua sua advertência com um a série de argumentos que tornam claro que nossa incessante aflição por necessidades e circunstâncias futuras marcham em sentido contrário ao da própria natureza de Deus e de seu evangelho e é, conseqüentemente, desnecessária, inútil e insidiosamente destrutiva da fé (6:25-30).
Não se discute que os homens sejam criaturas frágeis e dependentes. Se determinamos encarar a vida por nossa conta, temos a maior causa de ansiedade, tanto o rico como o pobre.
O século XXI não mudou isso. Nem a riqueza, nem os programas do governo são defesas contra a privação. As fortunas se perdem, os governos caem, e as circunstâncias mudam com regularidade perturbadora. Os favoritos de hoje são os rejeitados de amanhã. Não é, portanto, motivo de surpresa que o mundo dos homens impenitentes seja uma estremecida massa de temor ansioso e trêmulo.
Mas, que tal aqueles que são cidadãos no reino de Deus? É concebível que eles, também , sejam destroçados pelo mesmo constante medo de calamidade futura? E se assim for, o que isto diz sobre a certeza das promessas de Deus ou a constância de seu amor? Os cristãos devem ser na terra, as pessoas mais positivas e confiantes no futuro. E isto não é mero exercício de psicologia, a farsa radiante e sem fundamento dos secularistas tentando mostrar uma fachada de coragem. O otimismo dos cristãos repousa solidamente no amor de Deus, um amor já maravilhosamente manifestado no mundo. Jesus fala de algumas destas evidências em seus argumentos contra a ansiedade.
"Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?" (Mateus 6:25b) . A palavra traduzida como "vida" ( "psuche",frequentemente traduzida como "alma") se refere aqui à vida natural do homem e não à sua natureza espiritual, mais alta. Isto se evidencia pelo uso paralelo de "corpo”. O Senhor começa ao nível do chão, com o argumento da criação, um argumento do maior para o menor. O próprio fato de estarmos vivos, ele diz, reflete a vontade divina. Por que o Criador nos daria vida, só para nos matar de fome? Se ele nos deu o dom maior da vida, por que ele retiraria os benefícios menores, necessários a mantê-la? Não podemos confiar naquele que nos deu vida para nos dar alimentos? Nossas vidas não são um golpe de sorte, e sua continuação não é dependente de um acaso cego. Fomos criados à imagem de Deus para propósitos que ele seguramente mostrará, por sua fiel providência. Qual é o nosso problema? Esquecemos a maravilha de nossas origens e, portanto caímos no ceticismo sobre nosso futuro.
"Observai as aves do céu . . ." (Mateus 6:26). "Considerai os lírios do campo . . ." (Mateus 6:28-30). Nestes dois apelos, Jesus recorre, novamente, à natureza das coisas, mas agora argumenta do menor para o maior. Olhai ponderadamente ele insiste, para o tipo da rica provisão que Deus faz para algumas das suas criaturas mais humildes, os pássaros , e perguntem-se quão rico e pleno mesmo será seu cuidado com aqueles que, não somente foram feitos à sua imagem, mas que se tornaram pela sua graça algo ainda mais notável: seus filhos.
Aprendei a lição dos "lírios", ele continua. Note como estas flores do campo, silvestres e incultas, florescem pela simples providência de Deus, e ainda são mais suntuosamente vestidas do que Salomão, em seu mais grandioso dia. Se Deus cobre com tal beleza a efêmera relva do campo, como supõe você que ele vestirá aqueles cujo destino é a eternidade? Por que, então, Jesus pergunta, fazemos de nosso esforço para ganhar as provisões da vida uma luta tão agoniada, uma luta que termina consumindo toda a nossa personalidade? E a sua resposta é: porque nossa fé é muito pequena; porque temos tão pouca confiança em Deus (versículo 30).
"Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?" (Mateus 6:27). No meio de nos ajudar a vermos a razão pela qual nossa relação especial com
Deus deveria dar-nos grande segurança do futuro, o Senhor faz uma pergunta calculada para mostrar o absurdo absoluto e a futilidade de sermos impacientes com coisas que não temos poder para mudar. Precisamos fazer o que podemos. Os pássaros são incapazes de trabalhar nos campos e os lírios de costurar, mas nós somos capazes de dar alguma contribuição para nossas necessidades. Mas há limites, e não faz sentido para nós gastar nossas energias e sobrecarregar nossas emoções, quando já fizemos tudo o que está dentro de nosso controle.
Nossos temores são de catástrofes imaginárias, mas mesmo quando a fonte de nosso medo é real, toda a nossa agitação não adianta nada contra as coisas que não podemos mudar e serve apenas para incapacitar-nos para o bem que, de outro modo, poderíamos fazer. Como no caso dos pássaros e dos lírios, Deus cuidará do que não podemos cuidar.
A questão que precisa nos tocar no meio de nossa ansiedade pelo futuro é sugerida na triunfante afirmação de Paulo em Romanos: "Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as cousas?" (8:31-32). As pessoas que são dominadas por ansioso temor sobre o que vão comer beber e vestir crêem realmente que Jesus morreu por seus pecados? “Ó homem de pequena f é! "
Uma Fé Muito Pequena
Jesus, tendo feito seu apelo racional contra os temores mundanos, repete com insistência, a advertência com que ele começou: "Portanto, não vos inquieteis . . . " (Mateus 6:31). Então, ele acrescenta uma última e eficaz observação: "Porque os gentios é que procuram todas estas cousas" (Mateus 6:32). As referências de Jesus aos "gentios" ou às "nações " , no Sermão da Montanha, não falam tanto à raça deles quanto a sua ignorância espiritual, falam sobre aqueles que não conhecem a Deus.Avançando mais nesta direção, os apóstolos Paulo, Pedro e João, mesmo ao escrever a discípulos que não eram judeus, referem-se aos descrentes geralmente como "gentios"(1 Coríntios 5:1; 1 Tessalonicenses 4:5; 1 Pedro 2:12; 4:3; 3 João 7; Apocalipse11:2).Como ele havia feito antes (Mateus 5:47; 6:7), Jesus repreende seus ouvintes por serem nada melhores em seu comportamento do que os ateus.
Ele não descreve os gentios como "ansiosos" sobre alimento e vestes, mas diz que eles "procuram" por estas coisas.Que as duas expressões significam o mesmo torna-se evidente pelo seu uso intercambiável num ensinamento similar do Senhor, em Lucas 12:22,29. Por ambos os termos, Jesus não quer dizer só "preocupação", mas a máxima preocupação. Os gentios, em suas trevas, tinham o alimento e as vestes como seu interesse supremo. Este interesse dominava e comandava suas vidas.
Há um sentido em que todos os homens, até o mais ímpio, são mais importantes para o Todo Poderoso do que pássaros e flores, mas Jesus não está se dirigindo a eles aqui. Ele está falando somente àqueles que são filhos de Deus, não meramente pela criação, mas pela redenção. E então ele está dizendo: "Vocês são o próprio povo de Deus. Como podem estar tão ansiosos e perturbados?"
"Fé", no reino de Deus, é muito mais do que um vago princípio. É uma força ativa, prática, que afeta toda a vida. "Pouca fé" é uma fé que não foi cuidadosamente cogitada e aplicada. A história dos Doze e seu relacionamento com Jesus é uma história do crescimento de uma muito pequena fé. A princípio, quando eles começaram a segui-lo, eles tinham confessado livremente e entusiasticamente que ele era o Cristo, o Filho de Deus (João 1:41,45,49), mas é evidente, por eventos mais tarde, que as implicações desse fato não tinham despontado plenamente neles. Isto é dramaticamente ilustrado pelo terror que se apossou deles quando uma súbita tempestade no Mar da Galiléia ameaçou virar o barco. Eles já tinham estado com ele por mais de um ano. Eles o tinham observado tornar a água em vinho, em Caná; tinham visto Jesus devolver o filho morto revivido aos braços de sua mãe viúva, em Naim; experimentaram a miraculosa pesca nas águas junto a Cafarnaum; mas se eles pensaram em tais coisas no meio da agitação de seu barco, isso não serviu para acalmar seu crescente pânico. Pense nisto:
Aquele que fez o céu e a terra está dormindo aos pés deles e eles estão com medo de se afogarem! Mais tarde, quando a mera palavra do Senhor tinha acalmado a tempestade, os doze ficaram maravilhados "Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?" (Mateus 8:23-27). Ele era mesmo como o tinham confessado: o Filho de Deus; mas eles estavam ainda aprendendo o que isso significava. E assim também é, freqüentemente, conosco. Confessamos que ele é o Rei da Glória, e de fato, de algum modo, acreditamos, mas isso ainda não chegou a influenciar nosso pensamento sobre a totalidade da vida. E assim, para nós como para eles, ele tem que dizer, reprovando-nos: "Ó vós de pouca fé".
Mas em qual situação nossa fé é tão pequena? Eis a questão. Muito pequena para dar-nos conforto no tempo do sofrimento. Muito pequena para dar-nos coragem em face da provação? Ou, ainda mais comovente muito pequena para nos salvar para o céu? Quão pequena é esta fé que vive em temerosa ansiedade pelas coisas? Ela tem que ser pequena, mesmo, pois Jesus uma vez disse a seus discípulos repreendidos: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda . . . nada vos será impossível" (Ma t e u s 17:20). É muito o interesse do Senhor com nossos modos ansiosos. Ele não está apenas dando conselho prudente; ele está emitindo uma ordem sobre a qual gira nosso relacionamento com o reino de Deus. Encarar este fato honestamente pode servir, às vezes, para encher-nos de desespero. Estamos tão dispostos ao temor crônico e, tanto quanto chegarmos a odiá-lo, nossa luta com nossos temores parece sempre ser mais um a longa, persistente guerra de desgaste do que um rápido, decisivo combate. Compartilhamos a angústia de um pai sofredor que, meio duvidoso, trouxe seu filho atormentado para que Jesus o curasse. "Eu creio", ele implorou, "ajuda-me na minha falta de fé" (Marcos 9:24). Será de ajuda para nós se percebermos que a liberdade do temor para a qual Jesus nos chama é um a lição que aprendemos com o tempo, pela longa prática, lembrando-nos vezes seguidas do que a cruz diz sobre a fidelidade constante do amor de nosso Pai e piedosamente levando nossos pensamentos sobrecarregados a ele ( Filipenses 4:6). Finalmente, como nosso irmão Paulo antes de nós, "aprenderemos" (4:11-12) e seremos mantidos no inexpugnável abrigo da paz de Deus (4:7). "Não andeis ansiosos", ele nos disse. Em resposta, digamos:
"Não estaremos ansiosos".Seja forte e persevere. Lembre-se: a fé pode crescer.
Deus Acima de Tudo
"Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça . . ." (Mateus 6:33). Esta ordem final é o complemento positivo das advertências anteriores de Jesus, contra uma inquietação perturbada e excessiva com as coisas (6:25,28,31). Agora, pela última vez e da maneira mais clara, o Filho de Deus declara o que tem que ser a paixão dominante de cada cristão. Não há nela nenhuma surpresa para os que têm estado ouvindo. O sentimento desta sentença representa o tema dominante do Sermão, um tema que emergiu repetidamente (5:6,16,48; 6:20).
O verdadeiro servo de Deus tem que procurar seu reino e sua justiça acima de tudo. É somente Deus quem merece e ordena nossa ambição e interesse total. É no seu reino que devemos entregar nossos corações, incondicionalmente. É em sua justiça que devemos despender nossas energias, sem restrição. Aqui jaz a chave que abre todas as portas, o tesouro que atende a todas as necessidades. "Seu reino", neste texto, não se refere à soberania geral de Deus, na criação e na História, mas a seu específico domínio sobre o seu povo remido.
E por que Jesus acrescentou "e sua justiça?" Isto avança seu pensamento ou simplesmente o repete? Pareceria haver pouca diferença entre o reino de Deus e a justiça, à qual este reino chama todos os homens. Mas alguma distinção pode existir. A "justiça" do Sermão da
Montanha não é a justificação pela fé, ainda que a salvação pela graça esteja implícita em toda a estrutura do sermão. Como o contexto demonstra, esta "justiça" é a justiça de uma vida mudada. É a justiça prática de um verdadeiro amor aos outros (5:20-48) e um coração singelo para com Deus (6:1-18). O reino do céu pretende produzir, não somente um novo relacionamento com Deus, mais uma vida nova e transformada também. A procura para esse reino não será superficial nem estreita. Ela pode afetar profundamente cada faceta de nossas vidas: casamento, lar, família, profissão, finanças, estilo de vida...
". . . e todas estas cousas vos serão acrescentadas" (Mateus 6:33b).
Enquanto atrai seus ouvintes para uma meta mais elevada, Jesus não descarta o cuidado com o alimento e o abrigo, como sendo sem mérito.Ele, simplesmente, nos diz que se queremos segurança "destas coisas", teremos que deixar de procurá-las e buscar Deus. Se procurarmos o presente, perderemos ambos, ele e a eternidade. Se procurarmos o céu, a terra será recebida também. Não podemos orar por nosso pão do dia-a-dia enquanto não tivermos buscado primeiramente a glória de Deus e sua vontade, ainda mais diligentemente.
Há um princípio muito importante envolvido neste relacionamento do pão e do reino. Se nos entregarmos absolutamente à perseguição de coisas materiais, isso servirá para corromper todas as outras ambições. Se, contudo, buscamos primeiro o reino de Deus, todas as outras aspirações são realçadas e enobrecidas porque elas são sempre feitas para servir a um fim mais alto.
A vida pode parecer que apresenta-nos uma quase infindável variedade de opções, mas no fim, só há duas. Ou servimos o céu, ou servimos a nós mesmos. Isto esgota as alternativas.
Escrito por Paul Earnhar
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Um comentário:
Em uma parte do seu texto, voce faz referencia ao povo de Deus como somente aqueles que merecem ser. Ou seja atraves da redençao. Pois eu discordo nesse ponto, pois acho perigoso definer quem é de Deus e quem nao é! Jesus se sacrificou por todos. Entao nao temos o direito de dizer esse é filho de Deus; e esse nao é o do povo de Deus.
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